terça-feira, 3 de dezembro de 2013

CHEGAMOS À FESTA DA PROMESSA DE/O AMOR


Entrando no Advento, terminologia que significa “chegada” e “vinda”, com vista à celebração do Natal, iniciamos um novo ano litúrgico, um novo tempo, uma nova etapa de formação na Palavra, a qual aponta, como nos disse Papa Francisco, para uma nova peregrinação do Povo de Deus, que segue um caminho sempre a concluir. 

Nessa moção, aduz Francisco:

 “Como, na vida de cada um de nós, há sempre necessidade de se começar de novo, de levantar-se, de se reencontrar o sentido da meta da própria existência, assim, para a grande família humana é necessário renovar sempre o horizonte comum rumo ao qual somos encaminhados. O horizonte da esperança! Este é o horizonte para fazer um bom caminho. O tempo do Advento, que hoje começamos de novo, nos restitui o horizonte da esperança, uma esperança que não desilude porque é fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não desilude, simplesmente porque o Senhor não desilude nunca! Ele é fiel! Ele não desilude! Pensemos e sintamos esta beleza” (1º-12-13, Vaticano).


Neste recomeço, somos chamados a recordar o motivo da nossa esperança, a realização da maior promessa de amor. A promessa de um Deus, que é amor, e que, por amor (“de tal maneira amou o mundo”) entregou, para a salvação dos homens, seu filho gerado, consubstanciado. 


Sua vinda foi profetizada por Abraão, cuja descendência veio a ser numerosa como as estrela do céu e os grãos de areia do mar; por Davi, estirpe real da qual nasceria o Messias; por Isaías, que anunciou que Ele nasceria de uma virgem; por Jeremias, ao dizer que Ele ia dar aos homens um coração novo para conhecê-lo e amá-lo; por Ezequiel, avisando que o Messias iria ressuscitar; por Miquéias, atribuindo à Belém o lugar em que o Filho de Deus nasceria; por Oséias, que falou que do Egito Deus chamaria seu Filho; por Zacarias, ao dispor que o Filho de Deus iria entrar em Jerusalém montado em um burro; pelos Magos, que esperavam a vinda do Salvador dos homens e seguiram a estrela; pelos pastores, que foram avisados por um anjo do grande acontecimento; e por tantos outros (homens e mulheres) que o prenunciaram e esperaram a plenitude dos tempos que a vinda d’Ele concretizou.


Nesses dias de preparativos para a recordação de sua vinda, que acontece nesta espera, cheia de esperança, de sua volta, somos chamados a dizer “Maranata” – “vem, Senhor!”


Para lembrar este Espírito de preparação para a grande festa da Boa Nova (nasceu para nós o Salvador!), que hoje se confunde com a agitação dos preparativos e das compras natalinas, compartilho, na sequência, a mensagem de Ivano Alves Pereira, amado esposo, fundador e coordenador da Comunidade Católica Abbá Pai.



A Alegria do Natal



Queridos irmãos, estamos, mais uma vez, em aproximação à data tão importante para nossa Igreja e também para nós, individualmente. Digo isto porque participamos não apenas das comemorações de Natal, mas também, em nossos lares, junto a nossas famílias, festejamos. Vejo que esta é uma data que todos, participantes ou não da Igreja, priorizam passar em âmbito familiar. 


Não existe nenhuma outra data no calendário que represente tanto as relações familiares e traga tanto exame de consciência e revisão de vida como o Natal. É verdade, neste tempo natalino somos mais abertos a perdoar, à pratica da caridade, a nos comunicarmos com mais docilidade, alegria e paciência. Tudo isto é fruto do Espírito, como diz São Paulo, em 1Cor 13. 


Isto porque, especialmente nesta época, ficamos abertos à ação do Espírito de Deus em nossa vida, visto que nos abrimos às relações afetivas, com mais sensibilidade, sejam as próximas ou as distantes, fisicamente. Assim, somos capazes de ligar a parentes e amigos com os quais não temos contatos há muito tempo. 

Sem falar na noite de Natal, quando se acende em nossos corações este desejo de também sermos luz.  Uma estrela desponta nos corações abertos e faz de nós verdadeiras manjedouras vivas. Cresce, então, ainda mais, nossa capacidade de acolher, aquecer e abrigar a todos aqueles que não se sentem amados, ou melhor, que não se sentem parte da casa do Pai, da casa do amor.  

Grande este chamado, que todos os anos se repete, de sermos luz na noite escura, sal na massa, como verdadeiros discípulos de Cristo, o aniversariante.  


Quando olhamos para o céu em uma noite escura, podemos ver melhor as estrelas, principalmente quando não estamos próximos de “luzes” artificiais, estas que apenas ofuscam a verdadeira luz, que são apenas holofotes provisórios, ilusórios, perecíveis. A verdadeira estrela brilha no alto e anuncia esperança, vida e salvação.  A verdadeira estrela não se apaga e nos acompanha nas nossas noites mais escuras da vida e também nos dias mais claros de nossa história pessoal, afinal os pastores se guiaram pela estrela até durante o dia. 


E a massa sem sal é massa sem sabor. E este sabor é o que chamamos de amor. E Natal é a certeza de que somos amados por Deus, por um Pai que nos deu de presente aquilo que Ele tinha de maior valor: seu Filho.

Sem falar no amor do Filho, que desce de sua condição divina e não quis vir embrulhado em mantas douradas e grandes castelos, para ensinar o caminho do amor, da humildade e do servir. 

Que neste Natal possamos entrar na manjedoura, tocar em Cristo e, olhando a Ele, dizer: “Seja bem vindo, Senhor, tua luz ilumina, tua presença conforta, consola e recarrega minha espera de esperança”.  E que juntos possamos proclamar: “Aleluia, Aleluia, Aleluia - nasceu para nós o Salvador!” 


Ivano Alves Pereira

Fundador e Coordenador
Comunidade Católica Abbá Pai
www.abbapai.org



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