domingo, 29 de setembro de 2013

SINCERIDADE


Ontem me disseram que minha sinceridade era cativante. Então, fiquei pensando nessa afirmação e no que ela realmente define minhas crenças e ética.
Entendo o amar, em última instância, como sendo um passo da verdade em nossa vida. Afinal, Cristo, nossa Verdade, é puro amor, pois, sendo Deus, como proclama São João, revela-se como o amor. E o amor é a Verdade.
Nessa perspectiva, não pode haver ação amorosa sem autenticidade e sinceridade. Tudo que engana é desamor. O amor pode calar-se, omitir-se por um momento (apenas por um momento!), mas não pode calar-se por calar-se, nem omitir-se por muito tempo.
Sim, em muitas vezes e circunstâncias, o amor se esconde. Como Deus se esconde de tantas formas. Inclusive, na fé católica, observamos esse mover de Deus na própria Eucaristia. Só que o esconder-se Dele é mais uma forma de revelar-se. Assim como o silêncio de Deus é mais uma forma de comunicar-se, pois o Verbo é pura comunicação. Sendo assim, ou melhor, se Deus é assim, também preciso ser assim, já que sou sua “imagem e semelhança”.
Chegando ao ponto da proposição, sendo Deus sincero, também preciso ser sincera “sem cera”, sem falsidades, sem maquiagem (apesar de, como mulher, gostar de poder usá-la esteticamente – risos). Se no rosto, para o embelezamento, ela (dentro de um certo bom sendo) cabe  e convém, no afeto a maquiagem é disfarce, hipocrisia, omissão, dissimulação, etc ...
Todavia, sinceridade sem caridade é falta de misericórdia, visto que a máxima da caridade é a misericórdia. E onde há caridade, há sabedoria; há ação do Espírito Santo de Deus, espírito de amor santificador, que nos ensina “quando, como e o que” falar. Afinal, há verdades que não pedem exposição, como os segredos a nós confiados. Assim como há verdades que precisam ser guardadas até certo momento.  E aquelas que precisam ser ditas com muita suavidade.

Entretanto, ainda que estejamos aprendendo e lapidando o exercício correto da sinceridade cristã, motivada pelo Espírito de Cristo (aquele que, em tudo, foi sincero), é sempre oportuno recordar que nossa autenticidade é a medida de nossa conversão ao amor. Então, sejamos sinceros, a começar por assumir quem somos (o que inclui nossas limitações, pobrezas e erros), até alcançarmos o cume da missão profética de anunciar, oportuna e inoportunamente, dentro de uma efetiva autenticidade, a Ele, a Verdade.  

5 comentários:

  1. Maravilhoso texto, Si! Como sempre suas palavras enriquecem o meu coração, trazendo sabedoria e bênção divina. Viver a sinceridade e autenticidade de Deus, ser verdadeiro, transparente, inteiro em Jesus Cristo... Uma sinceridade que acolhe e ensina, que fortalece e corrige! Estar aberto para o sincera misericórdia de Deus. Amei o texto! Me consola e me fortalece para ser cada vez mais verdadeira em Cristo. Beijos

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  2. continue escrevendo. Seu dom edifica a muitos. Deus te abençoe Simone.

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  3. Simone, n sei equilibrar a sinceridade e a caridade.

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    1. É não é fácil mesmo, José. Mas, se entendermos que a verdadeira, ou melhor, a saudável sinceridade é uma parte da caridade, veremos que elas não se opõem, mas fazem parte da mesma coisa: o amor. Deus nos ensine a viver a caridade com sinceridade e a sinceridade com caridade, porque são uma coisa só.

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