Ontem me
disseram que minha sinceridade era cativante. Então, fiquei pensando nessa
afirmação e no que ela realmente define minhas crenças e ética.
Entendo o amar,
em última instância, como sendo um passo da verdade em nossa vida. Afinal,
Cristo, nossa Verdade, é puro amor, pois, sendo Deus, como proclama São João, revela-se
como o amor. E o amor é a Verdade.
Nessa
perspectiva, não pode haver ação amorosa sem autenticidade e sinceridade. Tudo
que engana é desamor. O amor pode calar-se, omitir-se por um momento (apenas por um
momento!), mas não pode calar-se por calar-se, nem omitir-se por muito tempo.
Sim, em muitas vezes
e circunstâncias, o amor se esconde. Como Deus se esconde de tantas formas.
Inclusive, na fé católica, observamos esse mover de Deus na própria Eucaristia.
Só que o esconder-se Dele é mais uma forma de revelar-se. Assim como o silêncio
de Deus é mais uma forma de comunicar-se, pois o Verbo é pura comunicação. Sendo
assim, ou melhor, se Deus é assim, também preciso ser assim, já que sou sua “imagem
e semelhança”.
Chegando ao
ponto da proposição, sendo Deus sincero, também preciso ser sincera “sem cera”,
sem falsidades, sem maquiagem (apesar de, como mulher, gostar de poder usá-la
esteticamente – risos). Se no rosto, para o embelezamento, ela (dentro de um
certo bom sendo) cabe e convém, no afeto
a maquiagem é disfarce, hipocrisia, omissão, dissimulação, etc ...
Todavia,
sinceridade sem caridade é falta de misericórdia, visto que a máxima da
caridade é a misericórdia. E onde há caridade, há sabedoria; há ação do
Espírito Santo de Deus, espírito de amor santificador, que nos ensina “quando,
como e o que” falar. Afinal, há verdades que não pedem exposição, como os segredos
a nós confiados. Assim como há verdades que precisam ser guardadas até certo
momento. E aquelas que precisam ser
ditas com muita suavidade.
Entretanto,
ainda que estejamos aprendendo e lapidando o exercício correto da sinceridade cristã,
motivada pelo Espírito de Cristo (aquele que, em tudo, foi sincero), é sempre
oportuno recordar que nossa autenticidade é a medida de nossa conversão ao
amor. Então, sejamos sinceros, a começar por assumir quem somos (o que inclui
nossas limitações, pobrezas e erros), até alcançarmos o cume da missão
profética de anunciar, oportuna e inoportunamente, dentro de uma efetiva
autenticidade, a Ele, a Verdade.
Maravilhoso texto, Si! Como sempre suas palavras enriquecem o meu coração, trazendo sabedoria e bênção divina. Viver a sinceridade e autenticidade de Deus, ser verdadeiro, transparente, inteiro em Jesus Cristo... Uma sinceridade que acolhe e ensina, que fortalece e corrige! Estar aberto para o sincera misericórdia de Deus. Amei o texto! Me consola e me fortalece para ser cada vez mais verdadeira em Cristo. Beijos
ResponderExcluirNossa ameeii!! sem palavras!
ResponderExcluircontinue escrevendo. Seu dom edifica a muitos. Deus te abençoe Simone.
ResponderExcluirSimone, n sei equilibrar a sinceridade e a caridade.
ResponderExcluirÉ não é fácil mesmo, José. Mas, se entendermos que a verdadeira, ou melhor, a saudável sinceridade é uma parte da caridade, veremos que elas não se opõem, mas fazem parte da mesma coisa: o amor. Deus nos ensine a viver a caridade com sinceridade e a sinceridade com caridade, porque são uma coisa só.
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