sexta-feira, 28 de março de 2014

FELICIDADE E LIBERDADE

Quando decidimos pela felicidade e vamos diretamente procurar as coisas que pensamos nos satisfazerem, nós não a encontramos, pois ela é um fruto, vem de uma semente e essa semente se chama: paz. A felicidade é fruto da paz. Se procuramos a felicidade externamente, encontraremos prazeres e distrações, mas não a felicidade em si, que também tem outro nome: liberdade.

Mas que liberdade é essa? Não é uma liberdade física, social, econômica, nem uma liberalidade ou rebeldia: é uma ausência de apegos, medos e compulsões.

Quando buscamos a verdadeira paz procurando evitar as coisas que nos incomodam, exigem ou estressam (desviando-nos de conflitos e desgastes), não a encontraremos também. 

Somente quando optamos por ser amor, de todo o coração, com todas as nossas forças e para todos, sem distinção de pessoas, lugares e direções, a começar por sê-lo a nós mesmos; e à medida em que este “amar” vai ocupando os espaços, destronando o que nos escraviza interiormente e capacitando-nos a nos doarmos sem medida, por respeito, com responsabilidade e gratuidade, vamos entendendo, pela experiência pessoal, o que seja essa tão desejada paz.

É uma paz com “P” em maiúsculo, que as escravidões afetiva e capitalista não conhecem, nem com a qual coabitam, visto que ela se opõe à maior escravidão, a única que está em nossas próprias mãos: a escravidão de nossas almas (mente e coração - essência). Somente aí teremos a semente da felicidade.
E, se deixarmos que ela cresça no reservado e inviolável sacrário de nossos corações e mentes, ela brotará e sentiremos o aroma de suas flores, na primavera de nossas estações interiores; e, se amadurecer constantemente, saborearemos o doce sabor de seus frutos, sua essência libertadora, para nos alimentarmos nos verões, outonos e invernos de nossa jornada.

E nada poderá nos roubar  a felicidade e liberdade, quando autênticas, pois não dependem das condições exteriores:  são verdadeiras riquezas, com “F” e “L” maiúsculos, respectivamente.

Assim entendo a essência da Campanha da Fraternidade de 2014: ainda que anuncie e denuncie a escravidão humana, em tráficos de pessoas, propõe uma justiça muito maior do que aquela que podemos efetivar socialmente: a justiça que podemos fazer a nós mesmos, buscando essa Liberdade do Nazareno, essa tal felicidade existencial, entendendo Paulo de Tarso, quando proclamou: “É para liberdade que Cristo nos libertou (...)"

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