Quando decidimos pela
felicidade e vamos diretamente procurar as coisas que pensamos nos
satisfazerem, nós não a encontramos, pois ela é um fruto, vem de uma
semente e essa semente se chama: paz. A felicidade é fruto da paz. Se
procuramos a felicidade externamente, encontraremos prazeres e distrações, mas
não a felicidade em si, que também tem outro nome: liberdade.
Mas que liberdade é essa?
Não é uma liberdade física, social, econômica, nem uma liberalidade ou rebeldia: é
uma ausência de apegos, medos e compulsões.
Quando buscamos a
verdadeira paz procurando evitar as coisas que nos incomodam, exigem
ou estressam (desviando-nos de conflitos e desgastes), não a encontraremos também.
Somente quando optamos
por ser amor, de todo o coração, com todas as nossas forças e para todos, sem
distinção de pessoas, lugares e direções, a começar por sê-lo a nós mesmos; e à medida em que
este “amar” vai ocupando os espaços, destronando o que nos escraviza
interiormente e capacitando-nos a nos doarmos sem medida, por
respeito, com responsabilidade e gratuidade, vamos entendendo, pela
experiência pessoal, o que seja essa tão desejada paz.
É uma paz com “P” em
maiúsculo, que as escravidões afetiva e capitalista não conhecem, nem com
a qual coabitam, visto que ela se opõe à maior escravidão, a única
que está em nossas próprias mãos: a escravidão de nossas almas (mente e
coração - essência). Somente aí teremos a semente da felicidade.
E, se deixarmos que ela cresça no reservado e inviolável sacrário de nossos corações e
mentes, ela brotará e sentiremos o aroma de suas flores, na primavera de nossas
estações interiores; e, se amadurecer constantemente, saborearemos o doce
sabor de seus frutos, sua essência libertadora, para nos alimentarmos nos
verões, outonos e invernos de nossa jornada.
E nada poderá nos roubar
a felicidade e liberdade, quando autênticas, pois não dependem das
condições exteriores: são verdadeiras riquezas, com “F” e “L” maiúsculos,
respectivamente.
Assim entendo a essência
da Campanha da Fraternidade de 2014: ainda que anuncie e denuncie a escravidão humana,
em tráficos de pessoas, propõe uma justiça muito maior do que aquela que podemos
efetivar socialmente: a justiça que podemos fazer a nós mesmos, buscando
essa Liberdade do Nazareno, essa tal felicidade existencial, entendendo Paulo
de Tarso, quando proclamou: “É para liberdade que Cristo nos libertou (...)"
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